agosto 30, 2011

A Biblioteca Comunitária Ler é Preciso Antonio Alves Sobrinho, localizada em Vila de Abrantes, Camaçari, Bahia, foi inaugurada no dia 17 de fevereiro de 2006, em parceria com a Prefeitura Municipal de Camaçari, Suzano Petroquímica e Politeno. É uma realização do Instituto Ecofuturo - organização não governamental criada pela Suzano Papel e Celulose, que tem como objetivo geral: apoiar o desenvolvimento das competências de leitura e escrita, incentivando a formação de leitores por meio da democratização do acesso do livro de qualidade.
Para a FNLIJ e o Ecofuturo, a Biblioteca, e em particular a biblioteca comunitária e a da escola, não se resume a uma sala com livros didáticos para empréstimos ou consulta.
A biblioteca é mais do que isso é o local, também e principalmente, dos livros de literatura e informativos. Sua função social é um espaço de formação de leitores que oferece a seus usuários a possibilidade de encontros, pessoais ou coletivos, por meio do acesso ao patrimônio da humanidade existente nos livros, além de apontar o caminho para o conhecimento artístico e científico. Como fonte principal de acesso à informação, a biblioteca visa a fortalecer a cultura, a escrita e a educação para o uso coletivo dos livros, desenvolvendo a solidariedade, a tolerância e o exercício da cidadania.

Pequeno histórico de Vila de Abrantes

Vila de Abrantes é uma comunidade que fica situada no Município de Camaçari, no km 12 da Estrada do Coco, Litoral Norte. Privilegiada historicamente, de origem muito antiga. Foi nesta vila que em 1578 o Padre Anchieta trazia o então governador geral, Lourenço da Veiga a visitar a até então chamada "Aldeia do Divino Espírito Santo". A igreja construída em 1822, ainda preservada, realiza todos os anos a festa do seu padroeiro (Divino Espírito Santo) sempre na segunda quinzena do mês de maio. A comunidade conta com 04 (quatro) escolas públicas que atende um total de 5.355 (cinco mil trezentos e cinquenta e cinco) crianças e jovens do ensino fundamental nível I e II e uma escola estadual que atende a jovens e adultos do ensino médio, algumas escolas particulares de porte pequeno emédio, 02 (duas) creches comunitárias, 03 (três) postos de saúde e uma biblioteca comunitária. No total em Vila de Abrantes temos 8.724 (oito mil setecentos e vinte e quatro) habitantes (Censo de 2000). A economia local tem sustentabilidade no comércio em grande desenvolvimento e por gozar de belezas naturais como dunas gigantes, rica em vegetação e clima agradável é o lugar ideal para construção de belos condomínios residenciais (Alphaville) e outros de médio e pequeno porte, e um forte turismo durante o verão.

     As dificuldades existem, como toda cidade em expansão e problemas de ordem social sempre muito sérios: a desigualdade financeira é gritante; por um lado os condomínios de luxo, por outro uma comunidade nativa muitas vezes refém do poder público, à espera de ações que traga soluções para problemas como drogas, assaltos, fome, alcoolismo, gravidez na adolescência, atendimento médico e saneamento básico, entre outros. A comunidade na sua maioria de etnia afro-indígena, apesar de toda dificuldade, ainda busca valorizar seus ancestrais através de suas heranças culturais como: a capoeira, o samba de roda, o reisado e o artesantao de dendê, este de peculiar beleza.   

Oficinas de Arte e Incentivo à Leitura

     
     O projeto tem como foco principal incentivar a leitura através das práticas artísticas procurando fortalecer a identidade cultural das crianças, jovens e adultos por meio da leitura de temas direcionados ao resgate e preservação de culturas e ancestralidade, as práticas artísticas desenvolve o potencial criativo conscientizando-os da importância dos 3R's (reduzir, reciclar e reaproveitar), incentivando-os na responsabilidade com o meio ambiente, ao mesmo tempo produzindo objetos decorativos e utilitários que de certa forma incentiva uma geração de renda.
      Para execução utilizamos metas e ações bem claras tendo como base norteadora temas direcionados a questões do meio ambiente, identidade, cidadania, preservação e resgate da cultura popular local, mitos e outros temas que colaboram para formação de seres pensantes criativos. Em forma de oficina, todos participam da leitura e da produção artística proposta, a técnica escolhida para construção dos produtos das oficinas é sempre em materiais recicláveis, baixando custos e educando para a preservação dos recursos naturais. O tempo de duração de cada oficina é de 03 (três) meses, com encontros duas vezes por semana para cada turma de 15 alunos, as atividades tem duração de duas horas. O atendimento é personalizado e cada participante tem a oportunidade de ter dirigida a sua atenção na leitura e no trabalho artístico. Apesar de lúdico, o tema é respeitado em sua criação individual.

 Técnicas artísticas
  • Papel machê
  • Papietagem
  • Mosaico com revistas e jornais
  • Objetos artísticos utilitários em papelão, jornal e revistas


Tema: Identidade - índios e negros
Técnica artística: mosaico em papel de revistas usadas
Livros utilizados e autores:

  • Coisas de índio - Versão infantil. Daniel Munduruku
  • Pindorama: a terra das palmeiras. Daniel Munduruku
  • AGBALÁ: Continente Africano. Marilda Castanha
  • Bichos da África: lendas e fábulas, vol 1,2,3 e 4. Rogério Andrade
Essa oficina utiliza revistas descartadas para confecção de telas em mosaico utilizando apenas cola e tesouras, tendo como tema elementos pesquisados na leitura.

Tema: Máscaras e identidade
Técnica: Papietagem
Livros utilizados e autores
  • O segredo da chuva. Daniel Munduruku
  • Kabá- Darebu. Therese Kowalcuk
Essa oficina produz máscaras africanas e índigenas, com reaproveitamento de papelão, jornal, pintura e colagem.